Análise da realocação do tempo sentado, sono e em atividades físicas sob a autoavaliação de saúde negativa de universitários / Analysis of the reallocation of time spent sitting, sleeping, and performing physical activities under negative self-rated heath of university students

O objetivo deste estudo foi examinar o efeito da substituição isotemporal da atividade física, do tempo sedentário e horas de sono em relação à autoavaliação de saúde (AAS) negativa em universitários de uma universidade pública do ensino superior do estado de Minas Gerais, MG, Brasil. Foi realizado um estudo de delineamento transversal, no qual os dados foram obtidos via questionário e a AAS negativa foi o desfecho deste estudo. O tempo por dia despendido em atividade física, tempo sentado e sono foram padronizados por constantes de 10, 30 e 60 minutos. O modelo de substituição isotemporal foi empregado por meio da estimativa do Odds Ratio, via regressão logística binária. O nível de significância foi de 5%. Participaram deste estudo 1.110 estudantes. Observou-se que a substituição de 10, 30 ou 60 minutos por dia de tempo sentado pela mesma quantidade de tempo em atividade física reduz as chances de AAS negativa entre os universitários. De modo geral, maiores chances de AAS negativa foram observadas ao substituir os mesmos tempos de atividade física por tempo sentado. Nenhuma associação foi observada com a realocação do tempo de sono. Conclui-se que a substituição de pelo menos 10 minutos de tempo sentado por atividade física pode reduzir progressivamente as chances de AAS negativa entre os universitários.

The aim of this study was to examine the effect of isotemporal substitution of physical activity, sedentary, and sleep time in relation to negative self-rated health (SRH) in university students from a public university in the state of Minas Gerais, Brazil. A cross-sectional study was carried out, in which data were obtained via a questionnaire and the study's outcome was the negative SRH. The time per day spent on physical activity, sitting, and sleeping were standardized by constants of 10, 30, and 60 minutes. The isotemporal substitution model was used through the estimation of the Odds Ratio via binary logistic regression. The significance level was 5%. A total of 1,110 students participated in this study. It was observed that replacing 10, 30, or 60 minutes per day of sitting time for the same amount of time in physical activity reduces the probability of negative SRH among university students. In general, greater probability of negative SRH were observed when replacing the same times of physical activity with sitting time. No association was observed with sleep time reallocation. It is concluded that replacing at least 10 minutes of sitting time with physical activity can progressively reduce chances of negative SRH among university students.

Prevalence of negative self-rated health in university students and its relationship with the co-occurrence of risk behaviors / Prevalência da autoavaliação de saúde negativa em universitários e sua relação com a concorrência de comportamentos de risco

ABSTRACT The present study estimate the prevalence of negative self-rated health and to analyze its association with simultaneous risk behaviors (insufficient levels of physical activity, greater exposure to sedentary time and inappropriate sleep time) in students at a public university in the state from Minas Gerais, Brazil. It consists of cross-sectional study, with data collected through a questionnaire. The outcome variable was negative self-rated health. The independent variables were estimated by the questions related to the time spent on physical activity, sitting and sleep time, and these three behaviors were considered according to the risk criteria (none, one, two and three risk behaviors). The association was estimated by the Prevalence Ratios (PR), via Poisson regression. 1,110 students participated in the study. The prevalence of negative self-rated health among university students was 47.3%, and the prevalence of two risk behaviors and three risk behaviors were 41.3% and 11.3%, respectively. The simultaneous occurrence of three risk behaviors was associated with negative self-rated health in university students. The information in this study makes it possible to characterize the need for actions to promote health in the university environment.

RESUMO O presente estudo estimou a prevalência da autoavaliação de saúde negativa e analisou a sua associação com comportamentos de risco simultâneos (níveis insuficientes de atividade física, maior exposição ao tempo sedentário e tempo de sono não apropriado) em estudantes de uma universidade pública do ensino superior do estado de Minas Gerais, Brasil. Consiste de um estudo transversal, com informações mensuradas via questionário e a variável desfecho foi a autoavaliação de saúde negativa. As variáveis independentes foram estimadas pelas perguntas referentes ao tempo despendido em: atividade física, tempo sentado e tempo de sono, e esses três comportamentos foram somados conforme os critérios de risco (nenhum, um, dois e três fatores de risco). A associação foi estimada pelas Razões de Prevalências (RP), via regressão de Poisson. Participaram do estudo 1.110 estudantes. A prevalência da autoavaliação de saúde negativa entre os universitários foi de 47,3%, e as prevalências de dois fatores de risco e de três fatores de risco foram de 41,3% e 11,3%, respectivamente. A ocorrência de forma simultânea de três fatores de risco mostrou-se associada com a autoavaliação de saúde negativa em universitários. As informações deste estudo possibilitam caracterizar a necessidade de ações na promoção de saúde no ambiente universitário.

Ponto de vista dos profissionais de Educação Física sobre o uso da máscara facial durante o exercício físico na pandemia da COVID-19 / Point of view of Physical Education professionals on the use of the face mask during physical exercise in the COVID-19 pandemic

O objetivo do estudo foi analisar a opinião dos profissionais de Educação Física (PEF) sobre as recomendações do uso de máscara facial na prática de exercícios físicos (EF) ao ar livre durante a pandemia de COVID-19. Foi realizado um estudo transversal com 2.234 PEF do Brasil. Um formulário on-line foi enviado para os PEF com 12 perguntas sobre recomendações do uso de máscara facial na prática de EF ao ar livre. Foi realizado teste do c2 de Pearson e c2 para tendência linear para avaliar a associação entre as variáveis, adotando o nível de significância de 5%. Os resultados mostram que 73,4% dos PEF recomendam a prática de EF ao ar livre no cenário da pandemia da COVID-19. Sobre o uso de máscara facial durante o EF, a recomendação foi maior para o uso somente em locais com aglomerações de pessoas e impossibilidade de distanciamento social (48,2%). Uma proporção significativa de profissionais opinou que a utilização da máscara facial durante o EF ao ar livre pode ser prejudicial, tanto para o desempenho físico (50,6%), como à saúde dos praticantes (37,7%).Houve associação entre o maior grau de titulação acadêmica do PEF com a recomendação do uso de máscara facial em qualquer situação (p = 0,003). Concluímos que, apesar dos PEF recomendarem a prática de EF ao ar livre, a maioria recomenda a utilização da máscara facial apenas na impossibilidade de distanciamento social

The objective of the study was to analyze the opinion of Physical Education professionals (PEP) on the recommendations for the use of face masks during physical exercise (PE) outdoors during the COVID-19 pandemic. A cross-sectional study was carried out with 2,234 PEP from Brazil. An online form was sent to the PEP with 12 questions about the recommendations for using a face mask when practicing PE outdoors. Pearson'sc2 test and c2 test for linear trend were performed to assess the association among variables, adopting a 5% significance level. The results show that 73.4% of the PEP recommend the practice of outdoor PE in the pandemic scenario of COVID-19. Regarding the use of a face mask during PE, the recommendation was higher for use only in places with crowds of people and the impossibility of social distance (48.2%). A significant proportion of professionals expressed the opinion that the use of a face mask during outdoor PE can be detrimental both to physical performance (50.6%) and to the health of the people (37.7%). There was an association between the highest degree of academic qualification in the PEP and the recommendation to use a face mask in any situation (p = 0.003). We conclude that, although the PEP recommend the practice of PE outdoors, the majority of them recommend the use of the face mask only with the impossibility of social distance

Efeito da substituição do tempo de tela e atividades físicas no lazer na percepção positiva de saúde de universitários / Effect of substitution of screen time and leisure-time physical activity on positive self-rated health of college students

O objetivo deste estudo foi estimar o impacto da substituição do tempo de prática de atividades físicas no lazer e comportamentos sedentários sobre a autoavaliação positiva da saúde em universitários de uma instituição de ensino superior do estado da Bahia. Foram realizados dois inquéritos repetidos com universitários de uma mesma instituição nos anos de 2012 e 2014. A autoavaliação positiva de saúde foi o desfecho deste estudo. O tempo por dia despendido em 17 modalidades e o tempo no to-tal de atividades físicas no lazer, mais quatro comportamentos sedentários de tela e tempo de tela no total foram padronizados por uma constante de 30 minutos. O modelo de substituição isotemporal foi empregado por meio da estimativa do Odds Ratio (OR), via regressão logística binaria. O nível de significância foi de 5%. Houve a participação de 1.085 e 1.041 universitários nos anos de 2012 e 2014, respectivamente. Observou-se maiores chances de percepção positiva da saúde ao realocar o tempo de uso de computador em pesquisas para a prática de futebol, lutas, corrida em esteira e musculação. De modo geral, maiores chances de autoavaliação positiva da saúde foram mostrados ao realocar 30 minutos por dia do tempo de tela no total para o tempo de prática de atividades físicas no lazer no total (OR = 1,14; IC95%: 1,10­1,18). Conclui-se que substituir pelo menos 30 minutos por dia de uso de computador em pesquisas para a prática de atividades físicas no lazer, maximiza a autoavaliação positiva do nível de saúde em universitários.

This study aimed to estimate the impact of reallocation of time per day of leisure-time physical activities practice and sedentary behaviors in relation to undergraduate students' positive self-rated health in a higher education institution from Bahia, Brazil. We conducted two repeated inquiries with undergraduate students enrolled to the same institution in 2012 and 2014. Positive health self-assessment was the result of this study. Practice time per day in 17 modalities and global leisure-time physical activities, as well as 4 specific screen-based sedentary behaviors and global screen time were standardized for a 30 minute constant. The isotemporal substitution model was applied by estimating the Odds Ratio (OR) by binary logistic regression. The level of significance was 5%. 1,085 and 1,041 undergraduate students participated in the years of 2012 and 2014, respectively. Higher chances of positive self-rated health were observed when reallocating time of computer use in searches for soccer, fights or martial arts, treadmill running, and weight training. Overall, higher chances of positive self-rated health were demonstrated when reallocating 30 minutes per day from global screen time to global leisure-time physical activities (OR= 1.14; 95%CI: 1.10­1.18). In conclusion, replacing at least 30 minutes per day of computer use for searches for leisure-time physical activities maximizes positive self-rated health in college students.